31 de janeiro de 2011

Para a sobremesa, mousse de maracujá

Em dias de calor, mousse de maracujá para a sobremesa

Mousse de maracujá é, sem dúvida, a sobremesa mais pedida desta casa. Comecei a prepará-la pela simplicidade da receita e hoje, não posso nem pensar em deixar o quitute fora do cardápio dos encontros familiares. No almoço deste domingo, o pedido ficou por conta da minha mãe. Já experimentei as mais diversas formas de fazer a sobremesa, com maracujá in natura, suco concentrado e acreditem, refresco em pó, uma obra do acaso que transformou definitivamente o doce. O improviso aconteceu num dia em que fui preparar a mousse e percebi que não tinha nem a fruta, nem o suco de garrafinha. Olhei para o armário e resolvi fazer uma experiência: dissolvi um pacotinho de Clight de maracujá em dois dedinhos de água. Nunca antes na história desse país, uma mousse ficou tão aerada, concentrada e gostosa. Juro!

Ingredientes:
1 lata de leite condensado
2 caixas de creme de leite
1 pacotinho de Clight de maracujá
40 ml de água.

Modo de Preparo:

Dissolva bem o pó para suco em um copo com a água. No liquidificador, junte o leite condensado, o creme de leite e o suco. Bata bem e despeje em uma taça grande ou em tacinhas individuais. Leve ao freezer por duas horas e, depois, desça sem medo para a geladeira até a hora de servir. A mousse vai ficar consistente e não perderá a cremosidade. Aliás, note que o doce já vai sair cremoso do liquidificador.

Dica da casa: decore com chantilly e coulis de maracujá.

Para os dias de calor, salmão com alecrim

Refeição leve para um dia de calor na praia

Domingo, fizemos um bate e volta na casa dos meus pais, em Santos, para um almoço de família. No litoral, tinha um sol pra cada um como costumamos dizer. Fazia 34 graus em média. Fica difícil elaborar um cardápio com uma temperatura tão elevada. Minha sugestão foi um peixinho, legumes, vinho branco, coisa bem leve. A casa da família fica na Ponta da Praia, pertinho do popular mercado de peixe, que reserva opções variadas para todos os gostos e bolsos. A mãe, o marido e eu fomos às compras e decidimos pelo salmão que ganharia o acompanhamento de arroz branco, batata sauté e ervilhas na manteiga. Qualidade e bom preço são duas grandes vantagens de comprar peixe em cidades de praia. A visita ao mercado de pescados rende ótimos ingredientes, além de dicas valiosas dos vendedores que trabalham diariamente com frutos do mar.

Mercado de peixe na Ponta da Praia, em Santos. Vale a visita.
Preparamos o salmão com alecrim, uma erva excelente para peixes. É simples e rápido como toda cozinha deve ser em dias quentes. Corte o salmão em postas, usamos dois quilos para servir seis pessoas, regue com um fio de azeite, tempere com sal, suco de um limão e galhos de alecrim. Leve ao forno, em temperatura média, por 20 minutos. Não deixe assar demais para não ressecar o peixe.

Salmão temperado com azeite, limão, sal e alecrim.
Existem outras possibilidades de preparar salmão. Você pode investir em um molho de maracujá ou ainda num acompanhamento de alcaparras. Nós preferimos alecrim para preservar, ao máximo, o sabor do peixe. Além de assado, o salmão também fica delicioso grelhado ou cozido no vapor e servido com uma boa massa. 

Salmão assado, arroz branco, batata sauté e ervilhas na manteiga.
Fica a sugestão para os dias quentes deste início de ano. Nada como um bom peixe para amenizar os efeitos do calor. Uma refeição leve, saborosa e muito saudável.

28 de janeiro de 2011

E por falar em Argentina...que tal entrar na jaula do leão?


Zoo de Luján - Marcos, eu e o rei, lindo de morrer.

Nosso roteiro para Buenos Aires foi absolutamente programado. Os passeios, os restaurantes, os pontos turísticos, as comidinhas obrigatórias. Compramos um guia excelente da Revista Viagem, que nos ajudou a encontrar as melhores opções na capital argentina. Estávamos muito animados com as férias, mas um passeio em especial nos despertava aquela ansiedade gostosa. Afinal, entrar na jaula de um leão não é a coisa mais normal do mundo, não é mesmo? Você não entendeu errado e eu também não fiquei maluca (ainda). Fomos a um zoológico incrível na cidade de Luján, a 80 km de Buenos Aires, onde é possível ficar bem pertinho de leões, ursos, elefantes e tigres.

E esse olhar, não é o máximo?

Roxane e Elder, dois amigos muito queridos, nos falaram desse lugar mágico quando voltaram da Argentina. Eles não conseguiram fazer o passeio, pois ficaram pouco tempo por lá. Desde que ouvimos falar que as pessoas tinham contato direto com os animais, ficamos loucos com a ideia. Nosso maior objetivo era ir ao Zoo de Luján. Uma questão de vida ou morte. Pesquisando na internet, descobrimos que só era possível entrar em todas as jaulas de animais, bebês e adultos, com o auxílio de um guia local. Pessoas que já tinham ido ao Zoo nos deram os contatos de um guia brasileiro, que se casou com uma argentina e trabalha em Buenos Aires há mais de 20 anos. Jeff nos proporcionou um dos momentos mais lindos de nossas vidas.


Foi paixão. Reparem que ele sorriu pra mim.

Estávamos comemorando aniversário de casamento e meus 30 anos e nunca sonhamos com um dia tão especial. O passeio começa com um pequeno tour por alguns pontos turísticos como o Café Tortoni, por exemplo. Em seguida, paramos para um espetacular lanchinho. A sugestão de Jeff foi a Maria Callas, um prato lindo, com pães, bolos, doces, café e suco. Nem preciso dizer nada, né?


Maria Callas, que sonho de café da manhã.

Depois da deliciosa refeição e de uma passadinha em uma casa de esfihas argentinas para conhecer como os quitutes são feitos, seguimos viagem para Luján. A essa altura do campeonato, Jeff já respondia perguntas bem ansiosas. O que devemos fazer? Os animais são calmos mesmo? Nunca aconteceu nada, né? Em que jaulas poderemos entrar? Jeff, um gaúcho piadista, aproveitou para tirar o maior sarro de nossa cara dizendo que estávamos nos borrando de medo e que já tinha visto as mais diversas reações nas jaulas dos bichanos. O animado guia foi categórico: "será a maior experiência da vida de vocês, não percam a oportunidade porque vocês vão se arrepender". O guia deixou bem claro que não arriscaria a nossa vida se o zoológico representasse algum tipo de perigo. Ele acompanhou o nascimento de muitos animais e tem uma intimidade impressionante com cada um deles. A explicação é simples. Os bichos nasceram cercados por humanos e cresceram entre eles.

Eu estava quietinha e pensativa no caminho do passeio. No carro de Jeff, eu imaginava a loucura que estava prestes a fazer. Não conseguia organizar direito os pensamentos de tanta ansiedade. E achava louco que uma pessoa que tem medo de cachorro, inclusive poodle, pudesse ficar ao lado de um leão. O guia soube do detalhe durante a viagem, fez uma cara de preocupação, olhou pra mim e disparou: "você vai me dar trabalho". Pasmem! Meu comportamento foi exemplar, ou quase.


Um lindo e doce leãozinho de 2 ou 3 meses.

Nossa primeira visita foi na jaula de um bebê leão de 2 ou 3 meses. Pegamos no colo, fizemos carinho, tiramos dezenas de fotos. "A estreia até que foi tranquila", comentamos. Jeff emendou: "quero ver a coragem de vocês agora". A próxima parada foi na casa do rei da selva. Meu Deus, que animal mais lindo! Fui a primeira a entrar, acreditam? Fiquei boba, emocionada, impressionada com a magia daquele momento. O leão era tão doce que aceitou, além do cafuné, beijinhos de todos os visitantes.


Mágico. Um dos momentos mais felizes da minha vida.

Depois veio o tigrinho adolescente que fez a maior festa quando chegamos perto dele. O dia ainda reservava horas maravilhosas ao lado dos tigres adultos, sete em uma só jaula, dos ursos, elefantes e dromedários.

Marcos na maior farra com o tigrinho.

Marcos e eu tivemos nossos momentos de frio na barriga. O meu foi com os ursos. Além de ficar bem pertinho dos animais, poderíamos dar marmelada para os grandões. E esse foi o grande problema. Eles são enormes e eu confesso, fiquei com medo. Jeff, com sua adorável metodologia Pinochet de educação, me convenceu em alguns muitos minutos a ficar na posição adequada, perder o medo bobo e, finalmente, alimentar o urso gorducho.


Momentos de tensão. Reparem no povo lá atrás rindo. "Ai, ele é muito grande".

A visita ao elefante foi uma farra de laranjas. Eles são espertos e adoram uma brincadeira. Experimente ficar dando bobeira com uma frutinha na mão. Ficamos apaixonados. Já reparou o quão expressivo é o olhar do elefante? Chega a ser comovente.


Nós e os comilões. Eles fizeram uma festa com as laranjas que demos.

A piada ficou por conta do último encontro do dia. Uma verdadeira novela: Marcos e o dromedário. A primeira tarefa foi pegar um pedaço de cenoura, colocar na boca, e esperar o bichinho pegar. Até aí tranquilo, vai. Claro que dá aquele medinho, mas dá para controlar. O problema foi na hora de subir no dromedário. Éramos quatro casais e o passeio acontecia sempre em dupla. Quando chegou a nossa vez, Marcos travou. Que engraçado. Ele colocou na cabeça que era muito pesado, que o bicho ia virar e a gente cairia de cara no chão. Hilário. Eu subi no dromedário e depois de muitos conselhos dos colegas, ele tomou coragem e subiu também. Quando o grandão ensaiou o primeiro passo, ouvimos: não, não dá, sou pesado e ele vai cair. Conclusão: fui sozinha. E, depois de mais uma longa terapia de grupo e de mais uma sessão Pinochet com Jeff, Marcos enfrentou o dromedário e adorou.


Depois da novela, eles ficaram amigos.


Saímos do Zoo de Luján em um lindo final de tarde, com um sol  avermelhado que se despedia para a chegada de uma lua cheia de silenciar a alma. Ainda passamos pela catedral da cidade, pelo estádio do Vélez Sarsfield e fizemos compras no outlet da Nike.

Chegamos ao hotel anestesiados de tanta alegria. Depois do banho e de chorar com as fotos, a última tarefa do dia, entrar no msn para contar para a mãe como tinha sido o passeio. "Mãe, foi o dia mais feliz da minha vida", escrevi emocionada.

27 de janeiro de 2011

A versatilidade do contrafilé

Miolo de contrafilé com massa
Filé mignon e picanha são e sempre serão os cortes mais nobres de carne. A picanha é a rainha das churrascarias e o filé, presença garantida na alta gastronomia. Mas, apesar da preferência nacional, esses cortes ficaram inviáveis para o dia a dia. Hoje, fui a uma grande rede de supermercados e o quilo da picanha estava custando 46 reais. Um absurdo!

Uma grande opção é o bom e velho contrafilé. Localizado no lombo do boi, o corte fica na mesma região do filé mignon, picanha e alcatra. Custando entre 13 e 20 reais o quilo, a carne é suculenta, com uma faixa de gordura e um miolo absolutamente macio.

Nossos hermanos argentinos são apaixonados pelo corte, mas existe uma grande diferença entre o nosso contrafilé e o argentino, que é chamado de bife de chorizo. O segredo do sucesso é simples. Quanto menos exercício físico o boi fizer, mais macia será a carne. O Brasil, grande produtor de carne bovina, tem como característica básica pastos com desnível acentuado, ou seja, o boi precisa subir e descer para comer, se exercitando mais. Ao contrário da Argentina, que possui pastos planos, o que facilita a vida do boi e não enrijece a carne.

Carne argentina de primeira qualidade em um restaurante moderno da Recoleta 

Na nossa última viagem à Argentina, tivemos a oportunidade de comer muita carne e a diferença é evidente. No Brasil, no entanto, a carne, se bem escolhida, também rende ótimos cortes.

Uma peça de contrafilé pode ser dividida de várias formas. Quando compro a peça, retiro o excesso de gordura e divido basicamente em 3 partes. A ponta mais rígida é uma opção para picadinhos ou para substituir o mignon no strogonoff. A outra ponta, se cortada em bifes bem finos, serve para fazer o já tradicional bife acebolado e o miolo, pode ser fatiado em bifes com aproximadamente 2 cm de espessura. O centro é a parte mais macia e suculenta.

O preparo correto é fundamental para a qualidade da carne. No churrasco, use o miolo, com a brasa bem quente. Deixe 3 minutos de cada lado e está pronto.

Na noite desta quarta-feira, descongelei duas belas lascas de miolo para fazer o jantar. A carne acompanha arroz, risoto, batatas fritas (as tão cultuadas papas argentinas), ou uma massa. Se a preguiça for grande e o tempo pequeno, um bife com massa é a melhor opção.

É bem simples. Anote e faça. Em menos de 30 minutos estará pronto.

- 300 gramas de miolo de contrafilé
- sal e pimenta do reino
- 50 gramas de cream cheese
- 100 gramas de manteiga
- azeite
- 2 litros de água fervente
- 250 gramas de fusilli ou outra massa de sua preferência

Em uma frigideira bem quente, coloque um fio de óleo. Deixe aquecer bem e faça um bife de cada vez.

Dica da Casa: Não tempere a carne com sal antes de fritar porque pode desidratar o filé. Salgue durante o preparo. Para esta carne, uma releitura do contrafilé argentino, usei apenas sal. O tempero é opcional. Carnes com alho, cebola ou alguma erva ficam sensacionais, mas isso é um assunto para nossa próxima conversa.

Eu frito por 3 minutos de cada lado, temperando com sal e pimenta durante a fritura. Faça isso com os dois filés.

Para o macarrão, ferva a água com bastante sal. Eu uso uma colher de sopa de sal por litro de água. Também não uso óleo na água. Basta misturar durante alguns segundos que o macarrão não vai grudar.

Quando a massa estiver pronta, escorra a água e mantenha o fogo ligado. Acrescente uma colher de manteiga sem sal e o cream cheese. Volte o macarrão para a panela, misture delicadamente e acrescente pimenta moída na hora.

Na mesma panela que você fritou o contrafilé, coloque uma colher de manteiga sem sal, deixe esquentar e leve os filés para aquecer. Deixe fritar por mais 1 minuto de cada lado e pronto.

Nada substitui a maciez do filé mignon ou o sabor característico da picanha, mas o contrafilé é uma grande opção. Boa para o bolso e muito saborosa. Vale experimentar. Eu amo e a Janaína se acaba de comer.

26 de janeiro de 2011

Empadão de Frango


Empadão de frango
Tem coisa mais reconfortante do que um empadão bem quentinho? Atendendo aos pedidos do marido, preparei a torta de frango, alegria das festividades domésticas, para o jantar desta terça-feira. A receita foi garimpada na internet. Um ingrediente aqui, outro ali, e nasceu um dos quitutes mais pedidos desta casa. Como bem lembrou Marcos, testei o preparo do empadão num sábado que ficamos em casa, curtindo uma preguiça em frente à televisão. Desde então, ele é obrigatório em todo encontro de amigos que fazemos por aqui. Geralmente, deixo para assar o quitute por último, com o tempo certinho de tirar do forno e espalhar o cheirinho pela casa para receber as visitas com o empadão ainda morninho. Quanto mais fresquinho, melhor. Prova do sucesso é que familiares e amigos vivem pedindo a receita. Ao contrário da maioria das pessoas, eu A-D-O-R-O passar as anotações adiante. Não tenho essa mania de exclusividade. Outro dia, vendo um dos muitos programas de culinária que costumo acompanhar, ouvi um chef dizer que a mesma receita pode ser feita de muitas maneiras. Afinal, cada um tem o seu jeito de cozinhar. Arte? Ciência? Não sei. Para mim, cozinhar é poder estar mais perto de quem eu gosto. Já dizia Mia Couto, "Cozinhar é um modo de amar os outros".


Preparando o refratário. Uma das dicas para decoração é fazer estrelinhas  
 Ingredientes/Massa:
- 400 gramas de farinha de trigo
- 200 gramas de manteiga gelada
- 1 ovo inteiro e 1 gema batidos
- 6 colheres de sopa de leite
- sal a gosto
- 1 gema para pincelar a massa

Ingredientes/Recheio:
- 500 gramas de peito de frango
- 1 cebola pequena picadinha
- 2 dentes de alho picados
- 1 colher de sopa de azeite
- salsinha picada
- 1 lata de milho verde
- 1 lata de ervilha
- 2 cubos de caldo de galinha
- 1 colher bem cheia de farinha
- 250 ml de molho de tomate (nós usamos o da caixinha porque ele entra aqui apenas para dar uma cor)
- sal
- pimenta do reino moída

Modo de preparo:

Massa: misture em uma tigela, o trigo e a manteiga até que vire uma farofa. Acrescente os demais ingredientes e trabalhe bem até que fique uma massa lisinha. Embrulhe em papel filme e ponha na geladeira por 30 minutos. Use metade da massa para forrar o refratário ou assadeira de fundo removível e a outra para cobrir o recheio. Pincele com gema e leve ao forno médio já aquecido por 40 minutos ou até dourar.

Dica da casa: Separe um pouquinho da massa para a decoração. Corte estrelinhas, corações, flores e o que mais a imaginação mandar com cortadores de biscoito. Ah, abra a massa sempre um pouquinho maior do que a medida do refratário ou forma para virar uma bordinha. Eu uso um refratário de vidro com 25 cm de diâmetro. Uma comida bem apresentada é sempre sucesso garantido.

Recheio: cozinhe o peito de frango, desfie e reserve. Numa panela, coloque o azeite e frite a cebola. Coloque o alho e frite mais um pouco. Acrescente o frango desfiado. Dissolva os cubinhos de caldo de galinha em 1/2 xícara de água quente e junte ao refogado. Coloque a farinha e mexa sem parar até ficar com uma aparência bem cremosa. Junte os demais ingredientes e o molho. Deixe apurar e secar um pouquinho e apague.

Importante: Faça o recheio primeiro e deixe esfriar para colocar sobre a massa.

Empadão quentinho já pronto para ser devorado.

Mais uma dica da casa: você pode substituir o frango por camarão. É só trocar o caldo pelo de camarão também. O resto é absolutamente igual. Nós já fizemos a noite do empadão e servimos os dois. Fica como outra ideia.

Se tiver os ingredientes em casa, você já pode fazer para o jantar. Eu comecei a receita ontem, mais ou menos, neste horário.

25 de janeiro de 2011

A alegria das festividades domésticas

Festa doméstica em dose dupla: papai, eu, mamãe e a caçula, Cláudia
As festividades domésticas serão um tema constante nas nossas conversas por aqui. O hábito de receber me acompanha desde os primeiros anos de vida. Nossos aniversários sempre foram verdadeiros eventos. Como era bom afastar os móveis da sala e receber os amiguinhos para uma farra caseira, com direito a lembrancinha e balões coloridos. Em Santos, onde nasci, fazíamos festas em casa ou, no máximo, no salão do prédio. O que quero dizer é que mães, pais, avós, avôs, titias, todos colocavam a mão na massa e a bagunça era sempre personalizada. Até hoje, em época de aniversário, mudamos a decoração e recebemos os amigos mais queridos para a celebração doméstica. Engraçado como certas lembranças nunca morrem. Pretendo manter viva a tradição de organizar festas caseiras. É tão gostoso reunir pessoas em volta da mesa e curtir a casa. Pena que a modernidade nos afaste de determinados hábitos, pela falta de tempo e também pelas inúmeras possibilidades de comprar tudo pronto, há um mundo disponível em cada esquina, não é mesmo?

Casa preparada para a nossa versão de café colonial

O primeiro aniversário comemorado ao estilo santista nesta casa foi, na verdade, uma dobradinha. Minha irmã e eu nascemos com seis anos e 4 dias de diferença. Por este motivo, as festas sempre aconteceram em dose dupla para o desespero da caçula, que prefere uma bagunça particular. Aproveitando a ocasião, decidi arrastar os móveis para um café colonial, outra paixão de infância. Hoje, temos os modernos buffets de grandes padarias, mas na minha época, a alegria era ir com minhas rainhas, a vó Luiza e a mãe Lourdes, no salão chique de um hotel santista que servia café da tarde. Pães, bolos, docinhos, quitutes caseiros e deliciosos. Já faz tampo tempo e ainda tenho a imagem daquele salão imponente na memória. Há alguns meses, liguei no mesmo hotel, e já não havia mais o serviço que animou minhas tardes infantis. Pena que o marido não conheceu tamanha gostosura.

Mesa de Café Colonial em Nova Petrópolis, RS
Inspirada pela viagem de férias a Gramado, elaborei uma versão caseira do café colonial para nosso aniversário. No cardápio, pães, torradas, bolachas, frios, patês, torta de peito de peru, empadão de frango, rocambole de doce de leite, mousse de chocolate, pudim de leite, mousse de maracujá em copinhos de chocolate, torta de limão, bolo prestígio, além de biscoitos amanteigados e geléias que trouxemos do Sul. Para beber, leite, café, água quente e uma caixa artesanal, que também veio de Gramado, para guardar os chás, sucos, refrigerantes, vinho e espumante.

Café Colonial caseiro para o aniversário em dose dupla. Eu, mãe e Cláudia.

Não precisa esperar até o próximo aniversário. Invente um tema e convide os queridos para uma bagunça. Busque receitas de família, ideias na internet, veja algumas sugestões aqui no nosso blog e monte um cardápio com quitutes reconfortantes. Afaste as cadeiras, compre flores, ponha velas na mesa e curta a casa com uma festa caseira. Os amigos vão adorar e pedir bis. Arrisque e depois venha nos contar como foi.

24 de janeiro de 2011

Bolo Dois Amores da Juju


Juju em momento puro glamour com seu bolo de aniversário.

Neste domingo, a Juliana Paiva, nossa colega de CBN e uma amiga muito querida, fez aniversário. A comemoração foi em uma chácara em Mairinque. Calor, piscina, futebol e o já tradicional churrasco. Juju é maluca por doces, especialmente pelos cupcakes de prestígio com merengue. Como teríamos de viajar, tava um calor danado e cupcake não combina muito com o clima de uma churrascada, pensei em unir os ingredientes preferidos da nossa aniversariante em um bolo comum.

O primeiro passo foi imaginar uma receita. Pensei em um bolo maravilhoso que garimpei há mais de dois anos para o meu chá de panela. Eu tinha de fazer um bolo grande e de chocolate, claro. A missão aqui era mais ou menos a mesma e a massa, eu já tinha. Minha intenção era fazer um bolo alto para cortar em três e colocar dois recheios diferentes. O primeiro e obrigatório, beijinho. Para um casamento perfeito, um brigadeiro. A cobertura? O merengue italiano que minha querida amiga tanto adora.

Bolo Dois Amores. Massa de chocolate e recheios de brigadeiro e beijinho.

Para fazer o bolo alto que eu estava imaginando, usei uma forma redonda, com 27 cm de diâmetro. Ficou bom, mas se usar uma de 25 ou 26 cm, vai ficar melhor ainda. Tudo decidido, eu precisava de um toque de glamour para combinar com a aniversariante. Simples. Umas gotas de calda de chocolate sobre o merengue e um efeito mesclado incrível. Charme na medida certa.


Merengue italiano com o charme do mesclado de chocolate.

Ingredientes para a massa:
- 6 ovos
- 2 xícaras de farinha de trigo
- 2 xícaras de açúcar
- 1 xícara de leite
- 6 colheres de sopa de chocolate em pó
- 1 colher de sopa de fermento em pó

Modo de preparo:
Bata as claras em neve, acrescente as gemas e o açúcar sem parar de bater. Junte a farinha, o chocolate e o leite e bata novamente. Por último, coloque o fermento e apenas misture delicadamente, sem bater. Despeje a massa em uma forma untada e enfarinhada e leve ao forno, a 180 graus, por cerca de 40 minutos ou até que o palito saia limpo depois do teste.

Ingredientes e modo de fazer do recheio 1:
- 1 lata de leite condensado
- 4 colheres de sopa de coco ralado
- 1 colher de manteiga

Leve ao fogo baixo o leite condensado, o coco e a manteiga. Deixe cozinhar, mexendo sempre, até começar a soltar do fundo da panela. Este é o momento certo de desligar. Para o recheio, é interessante que o doce não fique com tanto ponto.

Ingredientes e modo de fazer do recheio 2:
- 1 lata de leite condensado
- 4 colheres de sopa de chocolate em pó
- 1 colher de manteiga

Leve ao fogo baixo o leite condensado, o chocolate e a manteiga. Deixe cozinhar, mexendo sempre, até começar a soltar do fundo da panela. Como o primeiro recheio, o brigadeiro deve ficar cremoso, em ponto de recheio.

Ingredientes e modo de fazer da cobertura de merengue italiano:
- 220 gramas de açúcar
- 80 ml de água
- 2 claras

Ferva o açúcar e a água por 5 minutos, sem mexer. Bata as claras em neve firme. Baixe a velocidade da batedeira e despeje a calda em fio. Bata durante 10 minutos, até que o merengue fique firme e esfrie.

O último registro antes do desaparecimento do bolo. Se tiver pistas, pagamos resgate

Montagem do Bolo:

Espere o bolo esfriar, desenforme e, com uma faca grande, corte delicadamente em três partes. Regue o primeiro disco de bolo com umas colheradas de leite morno ou guaraná, coloque o beijinho e cubra com o segundo disco. Regue novamente e despeje o brigadeiro. Finalize com a terceira parte de massa e regue mais uma vez. Espalhe o merengue com uma espátula e, depois, faça ondas com as costas de uma colher. Quanto mais irregular, mais bonito vai ficar. Por último, pingue algumas gotas de calda de chocolate (pode ser calda para sorvete ou um chocolate do tempo do onça chamado Brown Cow, que eu usei aqui) e, com as costas da colher, vá manchando o merengue de modo que ele fique mesclado.

Sugestão para aniversários, chás de panela e de bebê ou para uma noite festiva com os amigos. O sucesso é garantido.

23 de janeiro de 2011

Uma cozinha de possibilidades



"A cozinha é o mundo mais fascinante da casa, o mais coletivo. Um espaço que reúne sobrevivência, prazer, refinamento e civilização."

Nélida Piñon

21 de janeiro de 2011

Um clássico brasileiro - doce de abóbora


Desde pequena, sou apaixonada por esse quitute tipicamente brasileiro. O doce de abóbora sempre foi um dos mais presentes em nossa mesa. O bom é que podemos comer essa delícia a qualquer hora do dia. No café da manhã com torradas ou bolachas, no lanche da tarde, enroladinho com queijo prato ou casadinho com queijo minas e, por último, como sobremesa. Vocês podem me perguntar: sobremesa? Sim. Fica uma delícia em copinhos, enfeitado com lascas de coco ou cravos, pra comer de colher. É uma boa pedida para depois de um almoço leve ou tipicamente brasileiro, como a feijoada.

Ingredientes:

1 1/2 kg de abóbora
500 gr de açúcar
3 colheres de sopa de coco ralado
15 cravos

Modo de fazer:

Descasque e corte a abóbora em pequenos cubos. Coloque em uma panela grande com o açúcar. A abóbora vai soltar toda a sua água e cozinhar no caldinho doce. Mexa de vez em quando até a abóbora desmanchar. Quando o caldinho estiver secando, coloque o cravo e o coco ralado e mexa até que o doce desprenda da panela.

Há várias maneiras de preparar doce de abóbora. Tem quem goste em pedaços ou bem molinho. Eu gosto de doce com ponto, concentrado. Faça sua escolha e bom apetite.

20 de janeiro de 2011

Franguinho com queijo


Adoramos jantares demorados e pratos sofisticados. Mas, não é todo dia que temos um banquete. Às vezes, precisamos de uma comida caseira com cheiro de casa de mãe, de panela de vó. A vida corrida exige soluções práticas e rápidas na cozinha. Pratos simples são ótimos aliados e, devem sim, fazer parte de nosso caderno de receitas. A tia Jô, mãe do Léo, um de nossos padrinhos de casamento e amigo muito querido, nos apresentou um grande coringa. O franguinho com queijo entrou nesta casa há alguns anos e é um sucesso. Em noite de cansaço ou preguiça, corra no freezer ou no açougue mais próximo e pegue aquele frango que tá lá dando sopa. Você não vai se arrepender. 

Ingredientes:

- 1/2 kg de frango
- 1 cebola pequena
- 2 dentes de alho
- 1 lata de milho
- 1 lata de ervilha
- 1/2 lata ou caixa de molho de tomate
- 200 gr de mussarela
- batata palha
- folhas de louro
- sal
- pimenta do reino
- azeite

Modo de preparo:

Cozinhe o frango com 2 folhas de louro, desfie e reserve.

Em uma panela com azeite, refogue a cebola picadinha, o alho e o frango. Acrescente o milho e a ervilha. Mexa até agregar todos os ingredientes. Despeje o molho de tomate e tempere com sal e pimenta a gosto. Deixe apurar até reduzir o molho.

Em um refratário, alterne uma camada de frango e uma de queijo. Finalize com uma cobertura de batata palha e leve ao forno por 15 minutos ou até derreter o queijo.

Sirva com arroz branco. 

19 de janeiro de 2011

No cardápio de hoje, cupim


Não existe carne de segunda. O que existe é boi de segunda. Você pode achar a afirmação engraçada, mas ela é verdadeira. Como vimos no post da costela, qualquer carne bem feita pode ficar maravilhosa.
Na churrascaria, ela é amada ou odiada, não existe meio termo. Nós amamos. Em casa, vira e mexe, fazemos. Sem culpa.
Costela, rabo, paleta, peito e uma das minhas favoritas, cupim. Vilã nos consultórios de cardiologistas, a dita cuja é uma das carnes mais suculentas e saborosas do boi e fica nas costas do animal. A localização explica o alto índice de gordura marmorizada no meio deste corte bem suculento.
O cupim requer um pouquinho de paciência. É preciso cozinhar a carne na pressão para reduzir a gordura e, depois, grelhar ou levar ao forno.

Hoje, tive uma brilhante ideia para o jantar. "Janaína, vou fazer cupim", anunciei. Fomos ao Sacolão Higienópolis, onde é tudo muito fresco.  Lista de compras: 1 kg e meio de carne, um pimentão verde, dois tomates italianos. Os demais ingredientes tínhamos em casa.
A receita é simples, bem simples.
- 1 kg e 1/2 de Cupim
- 1 pimentão verde
- 2 tomates
- 1 cebola média
- 5 dentes de alho
- azeite
- sal a gosto
- pimenta do reino preta moída
- 1 cálice de vinho tinto seco
- 1 colher de sopa de amido de milho
Modo de preparo:
Corte grosseiramente os legumes e coloque no fundo da panela de pressão. Junte o azeite, o sal e a pimenta e, por fim, o vinho e a água até cobrir a carne.
Coloque na pressão por 1hora.
Retire da pressão. A carne estará bem macia. Passe para uma assadeira e deixe em forno médio por 10 minutos.
Pegue o caldo com os legumes bem macios da panela e passe pela peneira. Deixe ferver por 5 minutos. Em um copo, junte 3 dedos de leite e uma colher de amido. Acrescente ao molho e misture até engrossar.
Pronto. Retire do forno, fatie, regue com o caldo e sirva com arroz branco, risoto ou até batatas.
Essa receita dá para 4 pessoas sem fome ou para duas bem famintas e apaixonadas por Cupim.

18 de janeiro de 2011

Amor na cozinha





"Cozinhar não é serviço, meu neto. Cozinhar é um modo de amar os outros". 
Mia Couto

 

O churrasqueiro de plantão e os segredos da costela bovina

Há algumas semanas, nos reunimos na casa dos amigos Juliana e Anselmo. A ideia era comemorar o fim de 2010. Churrasqueira reservada. A primeira tarefa e, uma das mais difíceis, foi dividir os comes e bebes entre os presentes. Trocamos e-mails e chegamos a um acordo. Quantidade e tipos de carnes definidos (isso é um assunto para outro post) precisávamos de um “plus”. Costela! Demorada? Difícil? Gordurosa? Tudo isso é verdade, mas, se bem feita e bem escolhida, é maravilhosa.
Juliana assumiu a responsabilidade pela compra. Uma boa costela bovina custa entre R$8 e R$12, o quilo. Mais do que isso? Um absurdo. Menos? Desconfie.
A costela comprada tinha aproximadamente 4 kg. Primeira dica: quanto mais gorda, melhor. Não entenda gorda como gordurosa. É preciso ter carne. Para se ter uma idéia, depois de assada por algumas horas, a costela perde cerca de 30% do seu peso. Juntando a isso, mais 20% de ossos, nos restam apenas 2kg.

Na hora da compra, valem as dicas que todo mundo conhece.
- Comprar em um açougue confiável. O açougueiro tem que ser nosso melhor amigo.
- Evitar a compra em supermercados. Eles precisam manter o estoque e, por isso, armazenam por muito tempo a carne.
- Sair correndo de carne congelada. Isso não significa que não podemos congelar a carne, mas comprar congelada, só numa hora de desespero.
Mais uma sugestão antes de começar o churrasco: se ele for no domingão, compre a carne no sábado ou na sexta, nunca mais de 3 dias antes da comilança.

 No dia da festa, retire a carne da geladeira 7 horas antes da chegada dos convidados. Uma hora depois, tempere com sal grosso. Tem que ser sal grosso. Isso basta. Uma hora mais tarde, acenda a churrasqueira.
Espalhe o carvão na churrasqueira, use álcool em gel ou fluído. Depois do carvão em brasa, faça um teste simples. Coloque a mão a 5 cm do fogo e conte até cinco. Se suportar mais do que isso, está muito frio. Se não agüentar, está quente demais.
Brasa pronta. Prepare a carne. Enrole a costela em papel alumínio ou em celofane para culinária. Meça 20 centímetros entre o carvão e a grelha e coloque a costela com os ossos virados para baixo.
Mantenha o carvão em brasa e conte aproximadamente 1 hora por quilo de carne. Uma peça de 4 kg vai ficar virada com o osso para baixo por 4 horas. Depois, mais 20 minutos por quilo, com o osso para cima, e sem o papel alumínio.
Fácil, não? Em 5 horas, sua costela estará pronta. Suculenta, ao ponto, macia e com pouca gordura.


Eu amo costela por ser uma das partes mais irrigadas do corpo do boi. É uma das mais saborosas. Além do custo/beneficio ser o maior entre as carnes.
Confira o preço médio dos cortes de carnes:
Picanha - 30 reais o kg
Filé mignon - 29 reais o kg
Contra-filé -20 reais o Kg
Alcatra ou maminha - 18 reais o Kg
Costela bovina - 10 reais o kg
Viu?  Vale esperar e investir seu tempo em uma deliciosa costela. Da nossa, não sobrou um osso pra contar história.  



Adoçando outros lares


Confesso. Sempre tive queda por doces. Bolos em particular. Desde pequena, ensaiava receitas de chocolate com a orientação da minha mãe. Até hoje, o livro de receitas dela guarda as minhas anotações infantis na página do pão-de-ló. Minha mãe sempre trabalhou fora e me ajudava em minhas aventuras domésticas, por telefone. Graças a ela, hoje sou a rainha do meu próprio lar. Minhas amigas de infância são testemunhas. O clube e os passeios só eram liberados depois da conclusão das tarefas domésticas do dia. Hoje, agradeço. Limpar, lavar, passar e cozinhar fazem parte de minha rotina e não representam nenhum tipo de problema nesta casa, pelo contrário. De todas, acho que prefiro cozinhar. Doces. Bolos. Já são 10 anos morando sozinha e muitas receitas descobertas neste período. Meus pais e minha avó (doceira exigente), por vezes, se espantam com os pratos servidos em nossos encontros aqui em casa. Alguma coisa certa devo ter feito neste tempo todo. E, prova disso, é que agora, posso levar a minha alegria pra outros lares. Minhas experiências culinárias sempre são divididas com os amigos. Acho ótimo ouvir as opiniões e tirar proveito delas. As últimas sugestões me deixaram em dúvida. Eu sou uma criatura medrosa e um tanto insegura. Mas, algum estímulo cerebral inexplicável me levou a seguir em frente. As amigas pediam que eu aceitasse encomendas de meus tão queridos cupcakes, minha nova febre culinária. Tenho certeza que minha mãe ficou surpresa e, minha vó, vai achar um absurdo (com um fundinho de orgulho. Tomara!). Já posso até ouvir ela falar: "Filhinha, uma jornalista fazendo bolo pra fora? Isso é coisa de gente antiga. Não fique cozinhando demais". Eu acho que ela quer me livrar do destino de "Maria", mas, no fundo, deve saber que eu adoro um forno e fogão. Me joguei e aceitei a proposta. Sábado, entreguei minha primeira encomenda e estou corujando as fotos até agora. Minha mãe acompanhou eufórica cada passo. E minha vó...bom, D. Luiza ainda não sabe, mas quando ela ficar sabendo, corro aqui pra contar se acertei a reação. Eu espero as próximas encomendas, orgulhosa e feliz. Coragem, às vezes, faz bem!   

17 de janeiro de 2011

Jantar Italiano


As festas de fim de ano nem bem terminaram e a casa continua em comemoração. Em janeiro, tem aniversário do marido. Já é tradição. Todo ano tem um jantarzinho especial, dentro ou fora de casa. Marcos é louco por massa e, invariavelmente, as cores da Itália fazem parte da mesa. Neste ano, o pedido do aniversariante foi simples: uma lasanha e um bolo prestígio. A tarde foi longa, mas as tarefas foram finalizadas com tempo de sobra. Recentemente, fomos a uma cantina e provamos uma entradinha que tinha tudo a ver com o jantar de aniversário, torradinhas de alho. Ao pensar no cardápio, logo me lembrei dessas delícias e de um patê de parmesão com salame de um empório perto de casa, a famosa loja do Júnior, uma tentação para amantes de massas, queijos e vinhos. Para acompanhar a lasanha, uma saladinha colorida e fresca. Vinhos nas taças e um brinde ao novo ano de vida.

Torradinhas de Alho:
Em uma forma, coloque as fatias de um filão de pão italiano, regue com azeite e acrescente 3 dentes de alho bem picadinhos. Finalize com orégano e mais um fio de azeite. Leve ao forno por 10 minutos ou até sentir o perfume tomar conta de sua cozinha.

Salada:
Junte folhas de alface crespa, rúcula e agrião. Para completar os tons de verde, tomatinhos cereja e mussarela de búfala.

Lasanha:
250 gramas de massa para lasanha cozida em água e sal. Cozinhe por 7 ou 8 minutos. Lembre-se que a massa será finalizada no forno.

Molho:
Refogue em uma panela média, com um fio de óleo, 1 linguiça calabresa cortada em rodelas, 1 cebola pequena cortada em cubinhos e 2 dentes de alho picados. Acrescente 500 ml de molho de tomate, três folhinhas de louro e tempere com sal e pimenta a gosto. Deixe apurar. Por último, coloque as ervas de sua preferência. Eu usei manjericão.

Montagem:
Em um refratário, coloque uma camada de molho, uma de massa, uma de mussarela e presunto (opcional. nós gostamos muito de presunto na lasanha). Repita o processo até terminar. Finalize com parmesão fresco ralado e leve ao forno, em temperatura média, pra gratinar.

12 de janeiro de 2011

O encanto dos cupcakes - imagens de um doce natal

Depois da correria do início de ano, finalmente consegui postar as fotos do natal. Como já comentei por aqui, nós ficamos responsáveis pela ceia. Eu acho mais prático concentrar a preparação da comida em uma casa só e pedir aos convidados coisas mais fáceis de acomodar como bebidas e frutas. O nosso cardápio foi bem tradicional: arroz branco, maionese, salada de cenoura com abacaxi e passas, farofa, além de pernil, tender e costela assada. Mas, minha diversão mesmo é fazer as sobremesas. É sempre uma briga para fechar o cardápio. Tem certos doces que não podem faltar como o clássico pudim de leite, o tradicional mousse de maracujá que, neste natal, foi servido em copinhos de chocolate e o pavê de bombom, um dos meus favoritos, presente em todas as grandes festividades domésticas.


Além das sobremesas obrigatórias, há um charmoso docinho que conquistou o nosso coração: o cupcake. Uma paixão americana, o cupcake é um bolinho de massa simples, leve e com uma farta cobertura. Até aí, nada demais. A graça  mora nos detalhes. Nas lindas coberturas coloridas e nos mais diferentes tipos de confeito. Quem resiste?  Neste natal, dois sabores ganharam nossa mesa: chocolate e nozes. Por enquanto, deixo aqui as imagens dessas doçuras. Em breve, teremos novidades. Estamos nos preparando para levar o encanto dos cupcakes pra outros lares. Aguardem!!!

11 de janeiro de 2011

O tender que virou torta


A torta de legumes já é da família. Desde a infância, ela faz parte da nossa mesa. Tenho lembranças dos dias em que minha mãe tirava a torta quentinha do forno para o lanche. As cores e sabores da infância são difíceis de esquecer. Alguns anos depois, ela ainda está no cardápio desta casa. É o tipo de comida rápida, prática e deliciosa. Você pode escolher o recheio que quiser. Quando criança, comia muito com atum. Depois de crescida, confesso que prefiro com peito de peru, mas não abro mão dos tomates, da ervilha e do orégano, que dão um sabor todo especial ao prato. Dias atrás, metade de um tender estava sorrindo pra mim na geladeira. Ele virou torta e deu muito certo.

Ingredientes:
- 3 ovos
- 1 xícara de óleo
- 3 colheres de sopa de queijo ralado
- 12 colheres de sopa de farinha
- 2 xícaras de leite
- 1 colher de sopa de fermento
- sal a gosto

Opções de recheio: tomate sem semente picadinho, cebola, ovos cozidos, atum, presunto, queijo, peito de peru, frango, ervilha, milho.

Eu usei meio tender, ervilha e tomate. Temperei com sal, pimenta do reino, azeite e orégano.

Modo de Fazer:

Misture os ingredientes escolhidos para o recheio e tempere com sal a gosto, pimenta do reino, azeite e ervas de sua preferência. Reserve.

Bata os ingredientes da massa no liquidificador. Em uma forma untada com óleo, faça camadas alternadas de massa e recheio. Termine com a massa e, se quiser, polvilhe com queijo parmesão fresco ralado.

Leve ao forno, a 180 graus, por cerca de 40 minutos.

Se precisar de uma opção rápida para o lanche, vá em frente. Recomendo com louvor.

7 de janeiro de 2011

Macarrão com atum - rápido e saboroso

Estamos há duas semanas, contando com o plantão de réveillon, trabalhando direto. Cansados e sem muito tempo para pratos elaborados. Saímos da rádio (ah, sim...trabalhamos nas rádios CBN e Globo) às 3 horas da tarde e, quando o almoço não está pronto, o jeito é improvisar. Não é todo dia que dá pra fazer uma refeição planejada. Aqui em casa não temos problemas com comidas rápidas. Hoje foi um dia daqueles! Nossa ideia era comer fora, mas para evitar problemas com a chuva, preferimos voltar pra casa e improvisar. Nosso almoço foi o já famoso "penne com creme de leite e atum". Se você gosta de massa, curte atum e precisa de uma comidinha rápida, aqui está a solução. Cozinhe o macarrão como preferir. Em uma panela, aqueça rapidamente o creme de leite. No prato, regue o macarrão com o creme, adicione o atum e finalize com parmesão fresco ralado. Experimente e depois me conte se não é a salvação da lavoura.

6 de janeiro de 2011

Brownie de Avelãs e Amêndoas

Uma das coisas mais bacanas da cozinha é fazer uma receita com os ingredientes que temos em casa. Nas festas de fim de ano juntamos a família toda aqui no apartamento. Desde que começamos nossos natais em casa, optamos por fazer a ceia e pedir para os familiares bebidas e frutas, frescas e secas. Neste ano, sobraram muitas avelãs, castanhas e amêndoas. Eu tava de olho nas castanhas pra fazer meu doce, mas o Marcos foi mais rápido e usou na farofa que, por sinal, ficou ótima. Fiquei com avelãs e amêndoas e corri para o meu livro de receitas.

Algumas pessoas dispensam as anotações, mas elas fazem parte do meu ritual culinário. Adoro folhear meu receituário, sujar as páginas de farinha, ter as lembranças das experiências que já fiz. E sonho, um dia, presentear as minhas filhas com os meus livros de receita. O doce escolhido foi o brownie de chocolate da chef Carole Crema, uma das minhas musas da pâtisserie. Fiz as minhas adaptações e ficou ótimo.


Ingredientes:

- 200 gr de manteiga sem sal
- 100 gr de chocolate ao leite (usei chocolate para cobertura da Nestlé, aquele dos frades)
- 100 gr de chocolate amargo (usei o Amaro da Lacta)
- 100 gr de açúcar refinado
- 250 gr de açúcar mascavo
- 4 ovos
- 250 gr de farinha de trigo
- 150 gr de nozes picadas (usei 100 gr de avelãs e 50 gr de amêndoas picadas grosseiramente)

Modo de fazer:

- Derreta o chocolate com a manteiga. Você pode fazer o processo no microondas e parar a cada 30 segundos para evitar que o chocolate queime. Adicione o açúcar refinado e o açúcar mascavo e misture. Coloque os ovos e volte a misturar. Por último, adicione a farinha e mexa até formar uma mistura homogênea. Incorpore as avelãs e amêndoas e despeje a mistura em uma forma forrada com papel manteiga. Eu já testei em algumas formas e adotei a quadrada. Leve ao forno a 180 graus por 25 minutos.

Fique de olho para não passar do ponto e ficar um bolo comum e sem graça. A superfície deve estar seca e quebradiça e o meio úmido e cremoso.

Um amor de livro

Os moradores desta casa são loucos por livros. Um de nossos passeios preferidos é ficar horas na livraria, nas estantes destinadas à gastronomia. Há algum tempo estou namorando uma publicação de sonho. "Dona Benta - Comer Bem" é uma bíblia da boa culinária. Tem desde o trivial arroz com feijão até sugestões de cardápios elaborados para datas comemorativas. O livro foi lançado em 1940 e já está na edição de número 76. Marcos vive implicando comigo por conta da minha adoração pela simpática senhora de óculos e cabelos brancos. "Dona Benta não existe", diz ele. Pra mim, ela representa o carinho da vó, a receitinha secreta da tia, a comidinha caseira da mamãe. E, agora, ocupa um lugar muito especial na minha coleção de livros de receitas. E, pra ficar ainda melhor, comprei o meu exemplar em uma promoção imperdível do Submarino. De R$ 129,90 por R$29,90.

Não dá pra perder, né? Se você curte o livro, aproveite e clique aqui

Ano Novo, Parede Nova

Há pouco mais de dois anos, meses antes de nosso casamento, compramos a tão sonhada casa própria. Um apartamento bacaninha no Belém. Nossa como é difícil achar uma casa bem dividida atualmente. As construtoras investem cada vez mais em apartamentos menores e áreas de convivência enormes. Bom, depois de muito andar, encontramos nossa sala ideal: grande, bem iluminada e com um recuo para montar o rack com a TV e o home. A cor escolhida para a tal parede foi um tom de marrom, clássico e neutro. Mas, depois de dois anos, resolvemos radicalizar e trocar o clássico pelo divertido, alegrar mais o ambiente. Nossa primeira mudança para o novo ano foi uma nova pintura. A cor escolhida: Roseiral, da Coral. Funcionou que foi uma beleza. E ainda conseguimos compor com três prateleiras e dois nichos brancos para nossos DVDs, livros e CDs preferidos, uma mania muito cultivada aqui nesta casa. Os planos de reforma para 2011 estão só começando. A cozinha, um de nossos lugares preferidos, será o próximo alvo.

5 de janeiro de 2011

Nosso desejo de Ano Novo

Todo início de ano é igual. No primeiro dia de janeiro montamos uma enorme lista com os mais variados desejos: emagrecer, fazer um curso, guardar dinheiro, viajar, casar, mudar. Neste 2011, também fizemos a nossa. Ela inclui alguns dos pedidos acima e outro bem antigo: abrir as portas de uma casa novinha para os amigos, a família, os colegas e as pessoas que ainda nem conhecemos. Hoje, inauguramos a nossa Casa de Casado, para compartilhar as experiências de uma jornalista e um radialista que amam escrever, cozinhar e receber. Entre e fique a vontade porque aqui tem sempre um café fresquinho e um bolo quentinho saindo do forno.